domingo, 27 de abril de 2014

Avaliação, diagnósticos e fim do 1o bimestre...


Salve salve pessas.. esse ano por conta da Copa, as datas tão levemente alteradas em relação ao ano passado, daí que o bimestre já está encerrado e acabou sendo um tanto mais longo por ter começado antes. Além disso, estou sumido, em meio à mudança de apartamento, às notícias que vou ser pai, além do doutorado (duas disciplinas e um estágio docente). Mesmo assim, o bimestre tá encerrado e posso trazer as primeiras consideraçãoes do ano.
Sempre importante lembrar que o objetivo do 1o bimestre deve ser traçar um diagnóstico dos alunos e não simplesmente avaliar (leia-se dar notas). O ideal é conseguir entender um pouco da especificidade de cada educando, avaliar sua leitura, analisar sua escrita, compreender seu histórico familiar, tratar da sua disciplina, provocar seu interesse, dimensionar suas potencialidades, entre outros. Para tanto, abordagens diversas: exercícios de leitura, atividade individuais e coletivas, muita escrita, fazer e refazer trabalhos, provas, brincadeiras, conversas e tudo mais que for possível e necessário.
Em 2014, tenho 7 turmas de 6o ano e 3 turmas de 8o ano. As turmas de 8o ano são montadas no ano anterior com base nas especificidades já conhecidas dos educandos que já estudavam na escola e foram meus alunos no 6o ano. Isso já vem sendo feito há três anos, sempre tentando melhorar e mudar o que percebemos como deficiente no processo.
De modo geral, o ambiente escolar está mais tranquilo neste ano. Os problemas disciplinares diminuíram sensivelmente em relação ao ano anterior, a mudança no horário e dinâmica do almoço também favoreceram uma melhor relação com o espaço escolar, muito embora o contato com a comunidade esteja em segundo plano, pois ainda não houve nenhuma reunião com os pais. As coordenações também tornaram-se mais trabalhadas, embora eu esteja sempre saindo antes do fim por conta das aulas do doutorado.

6o ano A - Nesta turma, apesar do bom desempenho da maioria dos alunos, um grande número não fez o trabalho dos avós num primeiro momento (11 de 30, o que dá quase 40%). A turma tem o maior número de alunos repetentes, 7 no total, além de ter recebido uma aluna especial cuja socialização é muito difícil, assim como ainda tem recebido estudantes ao longo do bimestre. De modo geral, o desempenho dos repetentes foi muito satisfatório, já que apenas um deles não realizou o trabalho sobre os avós. Esse estudante, 8, é o caso mais grave da turma e um dos mais graves do 6o ano, pois apesar de intensos esforços da minha parte, não tem apresentado qualquer melhora. Os estudantes 1, 7, 20, 22, e 27 apresentaram sensível melhora em relação ao ano anterior, enquanto o número 10 ainda precisa se dedicar e concentrar mais.
Entre os estudantes não-repetentes, alguns casos que merecem atenção são: 5 (leitura); 14 e 19 (trabalho); 3, 11 e 26 (melhorar em todos os aspectos, como leitura, escrita, trabalhos e provas); 16 e 24, que além dos aspectos anteriores, também apresentam grande quantidade de faltas.
Entre os destaques da turma temos 4, 23 e 2.

6o ano B - Em um primeiro momento, a tranquillidade e obediência dessa turma me pareceu positiva. Porém, com o avançar do bimestre, percebi que tranquillidade e obediência podiam ser percebidos como apatia na verdade. Nessa turma, 12 dos 30 alunos não realizaram o trabalho num primeiro momento (40%), o que serviu para destacar vários problemas específicos na aprendizagem do grupo.
Dentre os 5 repetentes da turma, 3 se destacaram com uma melhora sensível de desempenho (6, 7 e 22), enquanto dois deles (21 e 28) ainda estão aquém do necessário para uma mudança produtiva. A aluna 28 mantém o mesmo comportamento evasivo e protelador do ano anterior, enquanto o aluno 21, apesar de algumas melhoras, ainda tem problemas disciplinares e de interesse.
Pela falta do trabalho, um grande número de estudantes terá de passar pela recuperação continuada. É o caso de 5, 8, 9, 12 e 29. Além destes, o educando 13 precisa melhorar a leitura, enquanto que 2 precisa cuidar das faltas, apesar do ótimo desempenho nas atividades. Os alunos 17, 24 e 30 são casos mais graves, que precisam melhorar em todos os aspectos. Já 18 (faltas e trabalho) e 25 (prova e comportamento) também precisam de uma observação mais cuidadosa e aproximada de seus casos.
Entre os destaques temos 20, 15 e 3.

6o ano C - Esta é a turma em que sou professor conselheiro e que apresentou um dos piores desempenhos do 6o ano. Existe uma dificuldade acentuada devido à presença da aluna especial 16, que demanda muit atenção e cujo comportamento e família vivem às turras com a direção / equipe pedagógica da escola. Ela que já é repetente acaba demandando muita atenção e potencializando alguns conflitos. Além dela, houve um grande número de estudantes que não realizaram o trabalho sobre os avós (11 de 28, cerca de 40%) e que tiveram dificuldades em ter o caderno completo (13 cadernos incompletos, maior número do 6o ano).
Assim sendo, merecem especial atenção um grande número de casos: 4 e 7 com fraco desempenho na aplicação de conceitos e categorias históricas; 20 e 27 por conta da não realização do trabalho; 18, quanto à leitura e escrita; 2, 9 e 14, que além de terem deixado de realizar o trabalho, também apresentam problemas graves e recorrentes de disciplina e socialização, dificuldade em lidar com conceitos específicos e falta de interesse; a aluna 19 tem os mesmos problemas, mas sem a questão disciplinar, enquanto que 13, 22 e 25 também os tem, acrescidos do problema de falta excessivas.
Os destaques são 23, 15 e 11.

6o ano D - Foi com certeza a turma que mais me surpreendeu. Inicialmente, a dispersão e excesso de energia da turma fizeram parecer que as coisas aqui seriam deveras difíceis. Problemas de roubo de material e conflitos de socialização tornavam o ambiente pouco produtivo. No entanto, a saída do aluno 12, que talvez fosse hiperativo, ainda que não diagnosticado, tranquilizou o ambiente, assim como alguns alunos de excelente desempenho conseguiram valorizar o ambiente. Foi a turma onde mais gente fez os trabalho (apenas 2 alunos de 29 não realizaram o trabalho, o que dá menos de 10%) e apesar da a agitação continuar excessiva, parece ser a turma onde menos intervenções são necessárias.
A turma possui apenas 2 repetentes, ambos com desempenho que deixa a desejar. O aluno 20 tem histórico de repetência, é um dos casos mais difíceis de todo 6o ano, até mesmo porque não é morador do Recanto, vindo todo o dia de Santo Antônio do Descoberto. Nesse ano, a parte disciplinar melhorou, é verdade, mas em detrimento da (já rara) paraticipação e interesse, de todo nulas até agora. A aluna 24 é um caso menos grave, muito embora seu maior problema seja de socialização e disciplina.
Os casos que demandam atenção especial são: 16 (conceitos e leitura); 2, 3 e 27 (faltas), sendo que a aluna 3 não fez nenhuma atividade; 1 (conceitos, escrita e participação).
Os destaques são 10, 11 e 9.

6o ano E - Inicialmente, esta turma foi a de melhor desempenho, com interesse e participação instigantes, muito embora ao longo do bimestre o grupo tenha se perdido um pouco. Dois casos dificultam o trabalho na classe: 24 e 25, ambos com histórico de repetência, grande defasagem de idade, problemas disciplinares graves e resistência à mudança. Ainda assim, apenas 4 dos 28 estudantes não realizaram o trabalho (menos de 15%) e apenas 6 estudantes não possuíam o caderno completo.
Entre os repetentes, o desempenho foi interessante, sendo que os 3 alunos (2, 8 e 25) realizaram as atividades e mostraram desenvolvimento em relação ao ano anterior. A aluna P (sem número por problemas burocráticos, mas que já cursa o 6o ano pela terceira vez) mostrou excelente desempenho nas atividades, mas um número excessivo de faltas.
Quanto aos estudantes que demandam atenção mais individualizada, temos: 7 e 21 (qualidade das atividades e escrita); 11, 13, 20 (conceitos e categorias); 10, 15 e 28 (conceitos, participação, interesse, leitura, escrita, trabalho e faltas).
Os destaques são 9, 4 e 1.

6o ano F - Desde o primeiro momento, esta turma foi a que me pareceu mais problemática. Isso levou à transferência da aluna especial para o 6o ano A, mas não foi suficiente para resolver as querelas internas da classe. A turma ainda recebe educandos ao longo do bimestre, assim como tem problemas graves de disciplina e socialização entre os estudantes. Aqui, 9 dos 29 alunos não realizaram o trabalho, muito embora 2 tenham chegado (ou aparecido) apenas ao final do bimestre, além de 12 estudantes não terem o caderno completo.
Entre os repetentes, temos 4 situações bem específicas: o aluno 5, que mudou da água pro vinho, sendo o caso de maior crescimento em relação ao ano anterior; o aluno 8, que apresentou melhora (é a terceira vez no 6o ano), mais ainda tem problemas de faltas e compromisso; a aluna 24, que apresenta o mesmo perfil enrolador e dissimulado do ano anterior; a aluna 17, que está grávida, abandonou o ano letivo e vinha mostrando as mesmas dificuldades dos anos anteriores.
Os casos mais graves são 1, 2, 14, 21, quanto à realização do trabalho; 12 e 13 quanto a conceitos e leitura; 6 e 19 em todos os aspectos já mencionados (o mesmo caso dos alunos J e B, que por questões burocráticas não estão no sistema).
Os destaques ficaram por conta de 23, 9, 3 e 5.

6o ano G - Apesar de ter sido praticamente remontada no início do ano, essa turma apresenta um desempenho mais que satisfatório. Isso mesmo contando com dois dos alunos considerados mais problemáticos do 6o ano. Ainda assim, um número significativo de casos precisa de maior atenção. Apenas 4 alunos deixaram de realizar o trabalho em um grupo de 30 (sendo que 2 chegaram apenas no fim do bimestre).
A turma conta com cinco repetentes, sendo um deles, o número 19, um caso especial, uma vez que esse estudante é semi-analfabeto ou analfabeto funcional e requer um tratamento totalmente diferenciado. Além dele, o aluno 16 também tem dificuldades severas, mas que começam pela disciplina e socialização, além de já estar no 6o ano pela terceira vez e não esboçar qualquer transformação no quadro nesse período. Os outros três repetentes tiveram desempenho interessante, com 3 e 20 crescendo muito, principalmente nas responsabilidades, e 23 sendo um dos destaques da turma.
Os estudantes que demandam maior atenção são: 1, 6, 12 e 22 (trabalho); 26 (conceitos e faltas); 18 (conceitos e disciplina); 10 e 13 (conceitos, leitura, escrita, interesse e disciplina).
Podemos destacar os estudantes 2, 14 e 23.

8o ano A - Certamente a surpresa mais agradável desse ano. Comparado com o 8o ano H do ano anterior, que consumiu tantos esforços para gerar alguns bons resultados, o 8o ano A mostra que um trabalho diferenciado pode sim gerar frutos doces e saborosos. O simples fato de agregar os alunos com histórico de repetência e dificuldades na aprendizagem (vários oriundos da aceleração) na primeira e não na última turma já foi um fator de mudança. Além disso, o grupo formado mostra interesse, dedicação e participação muito acima do esperado.
É claro que existem dificuldades, mas que podem e devem ser combatidas. Na parte dos conceitos, temos os alunos 5, 16, 20 e 21. Na parte do compromisso, temos 18, bem como 9, que também tem problemas de socialização, e 31, que peca pela faltas. A aluna 24 seria destaque se não fossem as faltas. O aluno 3 é um problema na disciplina e nas faltas, assim como o estudante 22 tem dificuldade com conceitos e faltas.
Os destaques foram 4, 23, 1 e 33.

8o ano E - Apesar de ser uma turma montada com estudantes da minha predileção, certamente é a que me deu mais trabalho entre os 8os anos. Foi preciso remanejar alguns alunos para resolver as questões disciplinares mais graves, bem como realizar várias conversas interventivas.
Quanto aos conceitos, apresentam dificuldades os estudantes 7, 26 e 33. Esse também é o caso de 21, que foi uma das causadores de problemas disciplinares. Na parte do compromisso e interesse, tiveram problemas 30, 11 (também problemas de disciplina), 20 (também problemas de faltas).
Destaques ficam por conta de 17, 6 e 28.

8o ano F - Essa turma foi montada com vários alunos com histórico de bom desempenho, interesse e assiduidade ímpar. Somam-se a eles, o grupo dos alunos portadores de necessidades especiais, que é privilegiado pelo ambiente mais tranquilo e produtivo. A turma foi muito bem de modo geral, embora o aluno 17 seja o destaque negativo entre os especiais.
Entre os que apresentaram dificuldade em lidar com os conceitos, apenas o aluno 20 merece menção e, principalemente, pelas faltas excessivas. Quanto ao compromisso, temos 10, 33 e 23, sendo está última agravada pela faltas. A aluna 3 também teve problemas com as faltas. 
Os destaques são 1, 14, 30, 25 e 12.