sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Fim de ano, últimas avaliações e as incertezas do amanhã...


Salve salve pessoas. Pensem em um professor acabado. Esse trem de doutorado e trabalhar ao mesmo tempo não é de deus não viu... esse fim de ano em 2014 é certamente um dos contextos mais exigentes de minha modesta trajetória. Só neste exato momento terminei de corrigir o último pacote de provas e fechar minhas notas (que deveriam ter sido entregues hoje à secretaria, mas o serão no 1o horário da segunda... rs).
Estou aliás em um não recomendável intervalo, já que tenho 15 páginas para escrever do artigo da disciplina de Teoria do doutorado. Mas as coisas por dizer estão cá na ponta da língua.. e dos dedos.. daí que ganham corpo.
Primeira avaliação: 2014 foi um ano difícil. Esse contexto de Copa e eleição tumultuou muito as coisas. Para 2015 temos a secretaria de educação  em novas mãos com o governo do PSB (ou serão novas velhas mãos?). O governo Agnelo vai sem deixar saudade, se esfacelando mesmo antes do fim. Acredito que nós professores e a área da educação tiveram ganhos nos últimos 4 anos, mas silenciados na atual conjuntura.
Segunda avaliação: eu vou sentir falta demais da sala de aula ano que vem. Se por um lado estou reclamando da sobrecarga, não sei o que será de mim sem a arte de ser professor.
Dito isso, acredito que o ano rendeu histórias maravilhosas, como o caso do David, que conseguiu as lentes e talvez a cirurgia. Isso foi fruto do trabalho de toda a equipe, mas acho que tem destacar meus colegas da sala de recursos Bete e Júnior e nossa coordenado SS estrelinha Daniela. O trabalho mais em equipe rendeu bons frutos na gincana, na festa junina, na feira de ciências e no natal solidário, para citar apenas alguns exemplos.
Ainda assim, nas minhas 10 turmas o cenário é de mais reprovações e evasões do que no ano anterior. Se em 2013 havíamos reduzido a reprovação do 6o ano de 30 para 25%, retornamos aos 30%. Desses, exatos 15% de abandonos e 15% de reprovações efetivas. Não soubemos combater a evasão e pouco fizemos na superação dos excessos avaliativos. Não basta um provão de marcar "x" no gabarito, é preciso avaliar melhor. Também parece que haverá um pequeno acréscimo entre os 8os anos. Ainda não tenho o quadro das turmas de 7o e 9o ano, mas acrescentá-los-ei após os conselhos de classe de segunda e terça-feira.
Como sempre, eu defendo que reprovar NÃO é solução. Reprovar é um problema. Algumas vezes pode ser como dar um passo atrás (ou no mesmo lugar se preferir) para dar dois à frente (ou um em frente se preferir), mas outras tantas vezes é uma repetição dos mesmo erros que faz tábula rasa da experiência que existiu, mesmo com as dificuldades que teve. Isso é mais nítido nos casos de repetências seguidas de estudantes que não conseguimos alcançar de forma alguma.
Do ponto de vista da minha prática, foi um ano muito proveitoso. A culminância dos 6os anos com o teatro do mito da Guerra de Tróia foi sensacional, ainda que não tenhamos conseguido nos apresentar para a escola (irei fazer uma postagem apenas sobre isso). A culminância dos 8os anos com a leitura de Os Sertões de Euclides da Cunha e o filme Vidas Secas de Nélson Pereira dos Santos, baseado na obra de Graciliano Ramos, foi muito proveitosa. A ideia de aplicar a prova para ser feita em casa me agradou bastante e será mantida no futuro.
Que venha 2015...