O dia da apresentação abrange duas coisas na verdade: a minha apresentação enquanto professor e a apresentação das regras do jogo.
Hoje dei início com 5 das 6 turmas de 6o ano, além de 1 de 8o ano.Quanto aos 6os anos, nesse momento inicial, as notícias são recebidas por dois públicos: os vindos do 5o ano (de outra escola) e os repetentes (dentro dos quais se destaca o grupo vindo do Programa de Aceleração e que não progrediram um ano sequer).
Desde já, explico como se dará a avaliação ao longo dos bimestres. Também discuto os objetivos dessa avaliação assim dividida: prova 5,0 pontos; trabalhos 3,0 pontos; caderno 1,0 ponto, comportamento 1,0 ponto.
A prova é difícil, pois pra mim tem que ser difícil. Ela é dissertativa, com textos para interpretação, é permitido o uso do dicionário e são descontados pontos pelos erros de português. A prova é um desafio para o estudante expor o conhecimento construído, bem como um teste de sua leitura, interpretação de texto e escrita.
O trabalho vai no sentido contrário. Apesar de valer menos pontos, ele pode ser feito e refeito quantas vezes se julgar necessário, pois o objetivo é o desenvolvimento da aprendizagem do educando. Aqui, a ideia é mostrar para os jovens que se eles correrem atrás, se dedicarem, aprenderem com os próprios erros, eles irão desenvolver um bom trabalho. O problema não é o erro, é parar quando ele acontece. O erro é só o início do trabalho.
Quanto ao caderno, o principal objetivo é motivar os estudantes a copiar a matéria do quadro, motivá-los a organizarem o próprio espaço, a terem disciplina e para que melhorem a escrita.
O ponto de comportamento é um puro mecanismo disciplinador. Advertências, suspensões causam a perda desses pontos. Nessa faixa etária, ele dá uma margem de atuação sobre as notas, permitindo tanto ajudar estudantes comportados, quanto "enquadrar" os indisciplinados.
Sobre o que chamo de regras do jogo, isso passa por uma conversa sobre interesse. A questão aqui é mostrar aos educandos que não existe aprendizagem, se não existe vontade. Não adianta o mundo se mobilizar por alguém que não está interessado na ajuda. Eu cito dois exemplos: o da Débora, uma estudante que iniciou o 6o ano analfabeta e conseguiu se alfabetizar até o fim do ano por querer; o da Adriana, outra estudante que também iniciou o 6o ano analfabeta e mesmo com apoio dos professores, do Soe e da equipe da escola, por não querer, continuou como estava no começo do ano. Essa conversa é articulada com a importância da.preservação do patrimônio, dos direitos e deveres dos estudantes e da convivência social.
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