terça-feira, 9 de abril de 2013

O preço do tomate (Ilha das Flores de Jorge Furtado e Cabra Marcado pra Morrer de Eduardo Coutinho)


Salve salve pessoas, em tempos de tomate nas alturas, o trabalho segue em sala de aula. Por coincidência (ou não..), trabalhei com o filme Ilha das Flores de Jorge Furtado em sala. O filme foi passado às turmas de 8o ano junto com um trecho do documentário Cabra Marcado Pra Morrer. O objetivo principal é problematizar a questão da propriedade e da liberdade.
Ilha das flores é um documentário de cerca de 10 minutos que conta de maneira bem-humorada a trajetória de um tomate desde o cultivo até o lixão de Porto Alegra, a Ilha das Flores. Ele trás para o foco do debate o problema do lixo, da marginalização humana, do apartheid social que vive-se em tantos lugares. Basta lembrar, para citar o caso do DF, da Cidade Estrutural, agora legalizada, que começou como mais uma invasão, anexa ao lixão de Brasília.


Cabra Marcado pra Morrer é um filme sensacional e único. Tem inscrito em sua própria construção a trajetória do Brasil, bem como do cinema brasileiro e daqueles que lutaram contra o sistema e os poderosos. O filme tratava em seu projeto original de contar a história de João Pedro, líder de liga camponesa, que é assassinado pelas pressões de latifundiário. Com o golpe militar de 1964, o projeto foi abortado e seus agentes lançados à clandestinidade.
Em 1981, o diretor Eduardo Coutinho recupera o projeto com o intuito de encontrar o que se dera com todos que tomaram parte dele. Momento mais interessante é o encontro com Elisabete Teixeira, viúva de João Pedro, que após 17 anos de reclusão e clandestinidade, tem novamente a oportunidade de relatar o infortúnio de seu marido. Essa narrativa é entremeada de cenas da filmagem original, tendo a oportunidade de dar a ler a opressão e desmando da elite latifundiária sobre os campesinos e posseiros.
O trecho utilizado em sala vai dos 22 min até os 40 min do filme.


Um comentário:

Sérgio Bertoldi disse...

Boa Jorge! A ilha das flores eu também assisti por volta da 7ª ou 8ª série. Teve um impacto e tanto. Até gente que nem gostava das aulas de história/ geografia assistiu, prestou atenção e debateu. A economia como ela deve ser entendida, no dia-a-dia, na vida. O longínquo "sistema" traduzido pra vida real.

Uma excelente pedida. Bela sincronia!