Salve pessoas.. mais um fim de bimestre para pararmos um pouco e tentar dimensionar os planejamentos, as estratégias, os métodos, os resultados e as vivências. As chuvas voltaram, a primavera começou e os tempos vão mudando no micro e se perpetuando no macro. Sempre mais do mesmo de uma maneira diferente.
Ao longo do 3o bimestre, já não é mais o caso de simplesmente lançar possibilidades, mas sim de analisar o crescimento das sementes plantadas ao longo do primeiro semestre. Nas turmas de 6o ano é um bimestre com conteúdo tranquilo e prazeroso. Após concluir o 2o bimestre com as Revoluções Agrícola e Urbana, os estudantes são apresentados a 4 grandes civilizações fluviais: Mesopotâmia (rios Tigres e Eufrates), Egito (rio Nilo), Índia (rio Indo) e China (rio Amarelo). Para estudar cada uma delas é apresentado um mito do respectivo povo. Ao longo da análise dessas civilizações, de suas divisões sociais, de suas cidades e culturas, a relação entre mito e história é explorada. Posso dizer depois de 4 anos de práticas que a molecada pira. Inclusive, o trabalho do bimestre é escrever um mito deles, sobre um povo inventado por eles, com seu próprio rio e divisão social. Dá trabalho pra corrigir, mas é produtivo e prazeroso. Li bons mitos esse ano, sendo que os mitos do Bob Esponja continuam prevalecendo. Vale destacar que 92% dos alunos fizeram o trabalho do bimestre e que o ponto extra da feira de ciências mais uma vez atuou como uma recuperação contínua. Lembrando que avaliação não é uma questão de nota, mas de desenvolvimento humano em multiplas dimensões.
No 6o ano A, houve um crescimento da turma, embora as brincadeiras imaturas ainda sejam recorrentes. Os alunos com necessidades especiais 12 e 19 ainda tem alguns problemas de socialização, mas a turma tem sido paciente. Eu tenho tentado dar mais atenção a todos eles, até porque gosto da criançada. A estudante 6 foi a grande destaque, ela que é repetente do ano passado, tirou a maior nota da prova e tem mostrado grande evolução na escrita, leitura e socialização. Além, dela a estudante 22, que já apresentava o mesmo perfil desde o início do ano, também é destaque. Elas são lideranças positivas no grupo, embora muito tagarelas. Outras três meninas são destaques: 16, 22 e 25.
Um grupo significativo teve melhora de desempenho: 2, 3, 10, 13, 20, 21. Além deles, outros mantiveram desenvolvimentos satisfatórios e irão passar para o 7o ano no meu entender. Mesmo os casos mais complicados apresentaram alguma melhora e maior comprometimento com o processo. Ainda assim, os estudantes 5 e 11 não devem passar de ano. O trabalho com o aluno 11 para habilitá-lo ao longo do ano que vem já está rendendo frutos. Ambos apresentaram melhora, mas precisam de mais tempo. Os estudantes 4, 18 e 27 requerem muitos cuidados, mas estão iniciando uma boa caminhada, mesmo que ainda vacilante.
No 6o ano B, a situação continua delicada, o desempenho ainda está abaixo das demais turmas, mas algumas escolhas se mostraram boas. A chegada do aluno 32, a escolha da estudante 16 como nova representante e a transferência da estudante 27 tranquilizaram o ambiente, mesmo que não de imediato. A turma tem um bom ambiente com o estudante portador de necessidades especiais 22 e ele mostrou uma evolução significativa, tendo uma ótima memória.
Os destaques foram 16, 29, 31, 32, 33, sendo os três últimos advindos de fora da turma nesse bimestre. No entanto, o número de estudantes sem o desenvolvimento ou comprometimento necessários é alto: 5, 7, 10, 11, 12, 23 e 28 apresentam deficiências graves na leitura e escrita. O caso mais grave é do aluno 11, que já é repetente, mostrou-se resistente à todas as estratégias de mudança e acabou recorrendo nos mesmos problemas do ano passado. Seu caso pede acompanhamento psicopedagógico reforçado. Os demais precisam de um acompanhamento atento e reforço de formação mais básica. Outros casos que requerem atenção, mas ainda podem ser solucionados com o último bimestre são: 2, 9, 20, 24 e 26, sendo que 9 e 24 apresentaram melhora, mas 2 e 20 parecem estacionados. Vale destacar a recuperação dos repetentes 14, 16, 25 e 29.
O 6o ano C, turma em que sou conselheiro, continua agitado, mas o desempenho e comprometimento tem sido significativos. Nas minhas aulas, a dedicação e interesse tem sido elevados, embora alguns problemas pontuais deles com o professor de matemática permaneçam. O desenvolvimento de toda a equipe da turma foi percebido e mesmo os casos mais graves transformaram-se de alguma forma. As maiores melhoras foram dos estudantes 7, 9, 11, 21 e 27, que correram atrás e participaram mais. Não há nenhum educando que já precise repetir o ano, mas 1, 5, 9, 10, 16 e 17 ainda exigem atenção cuidadosa. Os problemas disciplinares ainda mantem 10 e 17 como problemas maiores, mas o histórico de repetência de ambos pede medidas mais consistentes. A transferência do estudante 28 da escola após o episódio da briga ajudou a tranquilizar o ambiente, que é bastante intranquilo. As alunas 3 e 19 necessitam de atenção pelos problemas de socialização.
Merecem destaque os estudantes 4, 6, 12, 24 e 26, que estão certamente entre os melhores de todo o 6o ano. Creio que seja possível uma aprovação próxima de 100% ao fim do ano nessa turma.
O 6o ano D é a turma que mostrou menos transformação. O grande número de alunos gera agitação e dificuldades maiores. Além da presença de alguns casos de socialização difíceis, como os alunos 10 e 27. Ainda assim, há um bom grupo de destaques como os estudantes 2, 4, 11, 23, 28, 30 e 37. Os casos mais problemáticos, com a transferência do estudante 27, certamente, são os alunos 6 e 18, que já estão reprovados. A aluna 18 já está reprovada por faltas pela terceira vez, sem apresentar vontade de mudar, assim como seus familiares. Existem outros casos, que se destacam pela falta de preparação na leitura e escrita como 3, 20 e 29. Já os estudantes 10, 31 e 35 não tem qualquer compromisso real com o processo de aprendizagem. Ainda assim, há um grupo com histórico de repetência que demonstrou atitude necessária para seguir para as próximas etapas do processo de ensino aprendizagem.
Nessa turma houve maiores problemas com os trabalhos, pois 5% não foram entregues e outros 5% eram copiados da internet, o que gerou a recuperação: fazer outro trabalho ou fazê-lo pela primeira vez.
O 6o ano E é a turma de melhor desempenho entre as de 6o ano, se levamos em conta o número de alunos e alguns casos especialmente difíceis. Embora os tumultos e confusões causados por esses alunos de perfil mais problemático permaneçam, já não perturbam tanto o ambiente. Há um grupo de estudantes maduros e preparados para as demandas vindouras do processo de aprendizagem. Merecem destaque: 3, 7, 22, 23, 24 e 25. Os educandos já reprovados são 26, 28 e 31, sendo que os dois últimos já são repetentes e são casos particularmente difíceis. Além destes, precisam de atenção particular, pois apresentam desinteresse e carências 2, 20, 29 e 43. O aluno 8, hiperativo também precisa de cuidados.
O 6o ano F é a turma mais tumultuada, com um grupo majoritário de estudantes com histórico de repetência, de evasão e problemas familiares. Ao longo desse bimestre, alguns casos muito problemáticos, os familiares optaram pela retirada dos alunos: 17 e 29. Outros casos de carências grave de leitura e escrita, somados a indisciplina e falta de atenção familiar já estão reprovados como 12, 25 e 26. Os esforços de recuperação e as transferências de estudantes não se mostraram suficientes. Além destes, boa parte da turma corre risco de reprovação, pois não se envolvem nas atividades e nas propostas: 9, 10, 14, 15, 16, 20 e 27.
Mesmo com as dificuldades que são exacerbadas nessa turma, alguns casos de destaque se apresentam como 2, 24, 28 e 31. O aluno 2 mostrou grande melhora, fazendo a melhor prova de todo o 6o ano.
Nas turmas de 8o ano, o trabalho ao longo do 3o bimestre trata do medievo. A própria ideia de Idade Média é problematizada. Apresento aos alunos um texto de Umberto Eco chamado "Dez Modos de Sonhar a Idade Média" do livro Sobre o Espelho e Outros Ensaios para conduzir a discussão. Além de filmes como El Cid, O Nome da Rosa e Coração Valente (O Incrível Exército Brancaleone deu problema e acabou não sendo exibido). Por fim, eles são convidados a apresentar seus próprios entendimentos sobre a Idade Média européia, além de construírem seminários sobre idades médias da China, Índia, América, África e Oriente Médio.
Esse ano em que inverti o 2o e o 3o bimestre do ano passado mostrou algumas dificuldades. Estudar a Revolução Francesa antes da Idade Média exige cuidado por questões cronológicas que se perdem. Minha ideia é uma arqueologia, mas isso não significa esquecer ou ignorar a cronologia, mas sim ir além dela. O feudalismo como modelo distinto do que era praticado no mundo antigo, mas também do capitalismo vindouro e atual é o que norteia meu intento.
O 8o ano A é uma turma maravilhosa. Os estudantes são maduros e estão bem preparados para a caminhada do processo de aprendizagem. Quatro dos cinco melhores seminários foram apresentados nessa sala. São destaques 7, 12, 15, 18, 23, 27 e 28. Os únicos casos que destoam e já estão reprovados são 2, 13, 14 e 29.
O 8o ano B apresenta algumas dificuldades associadas aos estudantes portadores de necessidades especiais 3, 26 e 29.Além disso, mesmo os educandos mais bem embasados parecem se deixar contagias pelas dificuldades da turma, havendo poucas lideranças positivas capazes de contagiar os demais. Verdadeiro destaque é apenas a aluna 25.
Por outro lado, já estão reprovados 1, 5 e 32, todos repetentes e marcados pelo desinteresse e evasão. A aluna 9 mostrou significativa melhora, mas ela, 18 e 23 ainda requerem atenção cuidadosa.
O 8o ano C é minha turma mais difícil de trabalhar pelo grande número de adolescente por metro quadrado. Além disso, o aluno 35, com problemas com drogas e sociabilidade perturba o ambiente. Há um grande número de estudantes agitados, muita conversa e dificuldade em entendimento de conceitos mais elaborados. Já estão reprovados 2, 8, 19, 34, 35 e 36. Além destes, há um grande grupo que não parece apto a seguir, principalmente, 3, 15, 20, 24.
Mesmo assim, alguns destaques conseguem se apresentar: 1, 22 e 25.
O 8o ano H, turma toda formada por alunos com histórico de repetência, evasão e problemas familiares e de aprendizagem mostrou que o trabalho pode render ótimos frutos, como o seminário sobre Idade Média da China apresentado nessa turma, mas não pode baixar a guarda. Podem ser considerados destaques 6 e 21, que estão aptos a seguir para o 9o ano. A maioria dos que ainda frequentam a escola e sobreviveram aos casos de desinteresse agudo dão mostra de que a maior parte irá progredir. Casos que pedem atenção particular são 10, 13, 24, 25, 30, 31. já estão reprovados, principalmente por faltas: 1, 8, 14, 23, 33, 35 e 41.
Mesmo com as dificuldades que são exacerbadas nessa turma, alguns casos de destaque se apresentam como 2, 24, 28 e 31. O aluno 2 mostrou grande melhora, fazendo a melhor prova de todo o 6o ano.
Nas turmas de 8o ano, o trabalho ao longo do 3o bimestre trata do medievo. A própria ideia de Idade Média é problematizada. Apresento aos alunos um texto de Umberto Eco chamado "Dez Modos de Sonhar a Idade Média" do livro Sobre o Espelho e Outros Ensaios para conduzir a discussão. Além de filmes como El Cid, O Nome da Rosa e Coração Valente (O Incrível Exército Brancaleone deu problema e acabou não sendo exibido). Por fim, eles são convidados a apresentar seus próprios entendimentos sobre a Idade Média européia, além de construírem seminários sobre idades médias da China, Índia, América, África e Oriente Médio.
Esse ano em que inverti o 2o e o 3o bimestre do ano passado mostrou algumas dificuldades. Estudar a Revolução Francesa antes da Idade Média exige cuidado por questões cronológicas que se perdem. Minha ideia é uma arqueologia, mas isso não significa esquecer ou ignorar a cronologia, mas sim ir além dela. O feudalismo como modelo distinto do que era praticado no mundo antigo, mas também do capitalismo vindouro e atual é o que norteia meu intento.
O 8o ano A é uma turma maravilhosa. Os estudantes são maduros e estão bem preparados para a caminhada do processo de aprendizagem. Quatro dos cinco melhores seminários foram apresentados nessa sala. São destaques 7, 12, 15, 18, 23, 27 e 28. Os únicos casos que destoam e já estão reprovados são 2, 13, 14 e 29.
O 8o ano B apresenta algumas dificuldades associadas aos estudantes portadores de necessidades especiais 3, 26 e 29.Além disso, mesmo os educandos mais bem embasados parecem se deixar contagias pelas dificuldades da turma, havendo poucas lideranças positivas capazes de contagiar os demais. Verdadeiro destaque é apenas a aluna 25.
Por outro lado, já estão reprovados 1, 5 e 32, todos repetentes e marcados pelo desinteresse e evasão. A aluna 9 mostrou significativa melhora, mas ela, 18 e 23 ainda requerem atenção cuidadosa.
O 8o ano C é minha turma mais difícil de trabalhar pelo grande número de adolescente por metro quadrado. Além disso, o aluno 35, com problemas com drogas e sociabilidade perturba o ambiente. Há um grande número de estudantes agitados, muita conversa e dificuldade em entendimento de conceitos mais elaborados. Já estão reprovados 2, 8, 19, 34, 35 e 36. Além destes, há um grande grupo que não parece apto a seguir, principalmente, 3, 15, 20, 24.
Mesmo assim, alguns destaques conseguem se apresentar: 1, 22 e 25.
O 8o ano H, turma toda formada por alunos com histórico de repetência, evasão e problemas familiares e de aprendizagem mostrou que o trabalho pode render ótimos frutos, como o seminário sobre Idade Média da China apresentado nessa turma, mas não pode baixar a guarda. Podem ser considerados destaques 6 e 21, que estão aptos a seguir para o 9o ano. A maioria dos que ainda frequentam a escola e sobreviveram aos casos de desinteresse agudo dão mostra de que a maior parte irá progredir. Casos que pedem atenção particular são 10, 13, 24, 25, 30, 31. já estão reprovados, principalmente por faltas: 1, 8, 14, 23, 33, 35 e 41.
2 comentários:
Oi Jorge. Ainda não havia falado, mas... Ótima iniciativa de analisar cada bimestre, faz com que a gente pare e pense. Vou compartilhar um pouco sobre as minhas impressões com a turma 6ºano B que sou conselheira.
Como você mesmo já comentou... Essa turma apresenta uma característica de falta comprometimento, de garra mesmo. Sei das imensas dificuldades deles... Já existentes de anos anteriores. Entretanto,não é por falta de tentativas. Já aconselhei, já falei duro, já tentei mostrar o passo a passo de como estudar, mas a iniciativa e a maturidade poucos têm. A chegada do 32 trouxe mais vida a turma e ainda bem que ele é um dos que têm iniciativa.A representante é uma pessoa bem aceita na turma e muito discreta. Tudo isso contribui de maneira positiva. Realmente o 22 vem apresentando bastante evolução, a turma o acolhe constantemente e quem recebe um sorriso dele é como se ganhasse um prêmio, já que poucos conseguem essa proeza. Que bom que a 31 foi destaque... Assim que ela chegou a turma não a acolheu muito bem. O 33 ainda estou o observando e delimitando regras bem claras, já que ele está vindo de uma turma bastante agitada. Para os alunos 5, 7, 10 falta maturidade. O 11 é um caso a parte mesmo, penso que o que nós podíamos fazer já fizemos... O 12 é uma questão de maturidade, comprometimento e falta de acompanhamento em casa. A 23 penso que agora no 3º BM ela até demonstrou uma melhora... Conseguiu frequentar a escola quase o bimestre todo e ainda compareceu ao reforço a tarde quando era comunicado a ela. Já é um avanço considerando o seu histórico. Agora o 28 é um daqueles casos que ultrapassam o nosso poder de ação. Está enraizado no âmbito familiar. Precisaria de uma atitude mais persistente, altiva e contínua da família. A 2 tem potencial, mas questões particulares podem a atrapalhar. Os alunos 9, 20 penso que têm total chances de avançar, apesar do comportamento infantilizado. Agora, os estudantes 24 e 26 concordo em termos uma atenção redobrada. Tivemos avanços... E que bom que houve uma melhora para os insucessos do ano anterior!
Dani, valeu pelo retorno e pela extensão do diálogo. Também acho que a 23 melhorou, mesmo que ela ainda tenha muito chão pela frente e saibamos que o contexto familiar dela é muito difícil. Acho que a 31 tá se inserindo e a representante também tá se soltando. A turma como entidade evoluiu e tem a sorte de ter uma conselheira atenta e responsável como você...
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