Salve salve pessoas.. desculpem a demora, mas o tempo era de carnaval. O início de ano tem sido truncado devido à mudança do sistema operacional da secretaria, além da falta de repasse de verba pelo governo. Apesar disso, tenho tentado dar a máxima atenção possível aos estudantes e desenvolver algumas práticas e conteúdos já explorados no ano anterior.
Nas turmas de 6o ano, estamos fincando os três primeiros conteúdos: o que é história, biografia / autobiografia e linha do tempo. Gosto de explorá-los com a produção de textos, leitura e interpretação dos textos do livro didático. Me preocupo em valorizar a importância da língua portuguesa, realçar erros e dificuldades mais comuns e a autocorreção.
Com as turmas de 8o ano, após o filme Narradores de Javé, foi a vez de trabalhar com eles o documentário Acercadacana de Felipe Peres Calheiros, que já está articulado com os eixos temáticos Terra e Propriedade. O filme tem 19 minutos e apresenta a luta da senhora Maria Francisca, posseira de um sítio no Engenho Tiúma em São Lourenço da Mata, Zona da Mata de Pernambuco. Ao contrário de milhares de outros posseiros, que foram expulsos ou coagidos, a lavradora resiste no local que é sua moradia há mais de 40 anos. Ela denuncia a violência e os desmandos dos donos do engenho, o grupo Petribu, que prefere tomar as terras para o cultivo da cana. A cena final dos paredões de fogo do canavial em chamas que envolve o sítio é marcante.
Para a discussão, somo ao filme, duas músicas: Asa Branca de Luiz Gonzaga e Banditismo Por Uma Questão de Classe de Chico Science e Nação Zumbi. Este ano acrescentei outras músicas também, mas com caráter de "trilha sonora" da aula. Isso gerou uma certa confusão em uma das turmas, onde os estudantes apresentaram resistência à seleção sonora (que incluia Jorge Ben, Novos Baianos, Secos e Molhados, entre outros).
Asa Branca é uma música muito familiar para eles, levando uma das turmas a cantar junto com a música, além de ser um hino dos sertanejos. Banditismo é uma música com pegada rock'n roll, mas com o melhor do manguebeat, mostrando outra ótica pra formação da delinquência: "banditismo por necessidade".
Esses discursos são possibilidades de leitura e representação da questão da terra no Brasil. Para confrontá-los, trago três reportagens que discutem o Novo Código Florestal de 2012.
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