sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Montando um planejamento de aulas



Salva salve pessoas, esse aqui é o meu antigo blog Rpg na Escola. Tive outras ideias e mudei bastante coisa por aqui. Irei falar mais diretamente sobre a minha prática cotidiana no meu ambiente de trabalho e tentar manter um canal de comunicação com os pais e responsáveis dos estudantes.
Ano novo, vida nova.. ou não.. mas vamos lá...

Vai começar o ano e o que você precisa ter? Um planejamento das suas aulas. Mesmo que muita gente possa se gabar de dar uma aula excelente sem tê-la planejado (o que acontece bastante), o planejamento é parte da qualificação do processo de ensino-aprendizagem. Você pode ler excelentes manuais sobre como ensinar história, ter ótimas aulas de prática de ensino da história, mas só vai aprender a fazer planos de aulas, depois que tiver uma prática para embasá-lo.
Em um mundo ideal onde todos os professores tem um planejamento de suas aulas, um trabalho interdisciplinar é mais palpável. Pode-se ir além de pacotes de provas e temas transversais. Um planejamento de qualidade e integrado ao projeto político pedagógico da escola é capaz de transformar as vivências escolares dos atores da escola. É preciso tomar cuidado com a noção que depois de ter a prática, não se precisa mais planejar.
A proposta que apresento a seguir é de aulas para o 8o ano do ensino fundamental. O livro didático com que trabalho é história temática da Conceição Cabrini e outros autores. Também trabalho muito com filmes, produção de textos e leituras.
O eixo-temático proposto para o 8o ano é Terra e Propriedade. Embora o livro seja excelente, ele ainda está muito preso a uma linearidade etapista e sequencial da história. Percebi isso durante o ano passado e esse ano quebrei a sequência do trabalho. Resolvi inverter a ordem do discurso no intuito de tentar algo mais arqueológico (inspirado em Foucault) na discussão desses conceitos e na historicização desses processos. Mais do que simplesmente inverter a ordem dos elementos, meu interesse é por explorar as camadas, os estratos de possibilidades que foram se acumulando ao longo da construção desse discurso, dessa longa história da civilização ocidental. Perceber mais do que a evolução do Estado, mais do que o progresso triunfante da propriedade capitalista. Meu interesse é por como se construiu essa ideia de progresso, esse modelo de triunfo quase inquestionável.
No primeiro bimestre, inicio com a discussão sobre o conceito de história. Passamos a conceitos de posse, propriedade e à discussão da questão da terra na história do Brasil. A lei de terras de 1850, a escravidãoo movimento dos sem terra e outros elementos são problematizados. Depois é a vez de explorar outras geografias e períodos como a reforma agrária mexicana, a propriedade da terra na África subsaariana pré-colonial e na Roma Antiga. Integrado a isso, trabalho a leitura do livro Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto, cuja leitura é iniciada em sala de maneira expositiva, passando à leitura coletiva e à leitura individual. Além disso, há a  exibição de partes selecionadas de vários filmes como: O Labirinto do Fauno de Guillermo Del Toro; Cabra Marcado pra Morrer de Eduardo Coutinho e Spartacus de Stanley Kubric. Também faço uso de músicas como Banditismo por uma questão de classe Esse trabalho é inspirado na proposta de Marcos A. Silva e Selva Guimarães Fonseca no capítulo intitulado Imaginário e Representações no Ensino de História do livro Ensinar História no Século XXI: Em Busca do Tempo Perdido . Tendo trabalhado a proposta no ano passado, já proponho aqui desdobramentos para as ideias dos autores.
No 2o bimestre, ao invés de seguir com os autores do livro didático que passam da desestruturação do Império Romano para o processo de formação do feudalismo e dai para o longo processo de ascensão da burguesia que culmina na Revolução Francesa ao fim do 3o bimestre, minha proposta é iniciar pela Revolução Francesa e buscar o próprio questionamento desse progresso luminoso. Talvez seja muito ambicioso o que proponho, mas acredito que essa arqueologia permita uma compreensão mais critica pelos estudantes. Ao invés de levá-los a entender a formação da civilização ocidental pelos conflitos de forças econômicas e grupos sociais por propriedades, questionar como nossas formas de pensar a propriedade foram se afirmando.
Também estou atento ao fato de que não estou eliminando o etapismo progressista de meus horizontes de expectativa, pois continuo trabalhando com várias vedetes da historiografia como Revolução Francesa, Revolução Industrial, Reforma Protestante, Iluminismo, entre tantos.Uma vez mais repito, no entanto, que meu objetivo não é exaltar a inevitabilidade de um progresso, mas as condições de possibilidade de sua afirmação.  Com isso, o feudalismo e o medievo passam para o 3o bimestre nesse processo. Há da minha parte o cuidado de remeter e lembrar da linearidade tradicional, mas contrapondo-a a análise que escava as camadas. Já que não nos é possível apreender o tempo, não é preciso nos prender a uma ideia de narrativa da temporalidade que é criada por nós e não pelo próprio tempo.
Ao longo desses dois bimestres também são trabalhados diversos filmes (de Excalibur de John Boorman até Os 7 Samurais de Akira Kurosawa), todos tomados como imaginários localizados daquilo que já não é, o passado. Os livros trabalhados são Utopia de Thomas More e o texto Dez Modos de Sonhar a Idade Média de Umberto Eco. Que também perpassam a discussão da lutas de poder pelas terra e pelos imaginários.
Com o 4o bimestre, a ideia é passar para o processo de independência brasileiro e a análise da formação não especialmente do Estado brasileiro, mas da nação em terras tupiniquins. Processo esse enredado pela questão da terra e da propriedade. Aqui temos novamente o uso de vários filmes que vão desde Carlota Joaquina de Carla Camurati até Vidas Secas de Nélson Pereira dos Santos. O livro trabalhado é Os Sertões de Euclides da Cunha.
Bom aí já temos o esqueleto da proposta.. o resto é prática e disposição... na próxima postagem vou falar sobre meu planejamento do 6o ano (que já é bem mais consolidado). Com o início das aulas vou voltando ao planejamento do 6o ano.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Greve e a 5a semana




Na semana passada, houve uma assembléia dos professores do DF, onde 12 mil presentes decidiram por uma greve que vinha se anunciando desde o ano passado. O governo vacilante de Agnelo evitou o diálogo e, por fim, pediu paciência aos professores quanto ao cumprimento de promessas (assinadas no Sinpro) de campanha e do acordo do ano passado. As mancadas do governo vem se sucedendo em diversas áreas, mas a educação vem sofrendo com muitos descasos.
O caso mais emblemático, na minha opinião foi o das bicicletas doadas a alunos da Rede Pública do Recanto das Emas. As bicicletas foram recolhidas e tudo não passou de marketing governamental. Somam-se a isso salas mais cheias, encerramento de projetos, aumento no número de professores temporários, baixo investimento (4% do PIB local e 21% do Fundo Constitucional). A herança pode ser maldita, mas a inoperância tem sido uma constância. Não concordo com o "está mudando" do slogan marqueteiro, muito menos com o "pra melhor".
Os professores lutam não por um simples aumento salarial, mas por um plano de carreira e um plano de saúde, além do devido interesse pela educação. O candidato Agnelo se comprometeu a equiparar o salário dos professores à média das profissões de nível superior do GDF, hoje estamos na 23a posição.
A vitória representada pelo piso salarial nacional para professores foi uma conquista, assim como sua confirmação pelo STF. Entretanto, apenas 4 estados cumprem a lei totalmente: SP, RJ, DF e AM.
Hoje, na assembléia regional do Recanto das Emas, cerca de 70 professores de diversas escolas trocaram relatos e começaram a trabalhar essa greve. Agora lá vamos nós, que temos que endurecer, mas sem perder a ternura jamais. Amanhã irei à sala de aula informar meus alunos, meus colegas e a comunidade de minha posição política, pois toda posição o é.

Fora a greve, na semana passada aconteceram de interessante uma excelente reunião com os pais dos alunos. Pude ver e rever muita gente preocupada com a educação dos filhos. Eu acredito nessa pareceria como fundamental e tenho encontrado grandes aliados nesse processo.
Nas turmas de 6o ano, após um trabalho de interpretação individual e em grupo de textos biográficos (Pablo Picasso) e autobiográficos (Vilma dos Santos e Napiku Ikpeng), estamos corrigindo esmiuçadamente as respostas. Minha ênfase nos erros de português (letras maiúsculas no início de frases, concordância, porque junto e separado, mas e mais, pra citar apenas os mais recorrentes) é intensa.
Nas turmas de 8o ano,devolvi as histórias de vida, discutindo individualmente o texto com cada um dos alunos, como uma pequena orientação. Nos próprios trabalhos, deixei minhas principais impressões por escrito, além da correção dos erros de português. Não coloquei nenhuma nota, o que causou estranhamento para eles. Devido ao grande número de alunos, passei uma atividade para a turma, enquanto chamava-os um a um até minha mesa, o que necessitou de duas aulas. Feito isso, iniciei a discussão do processo de colonização brasileiro para balizar o problema da terra e da propriedade.


segunda-feira, 5 de março de 2012

3a e 4a semana...

No pós Carnaval, como todas as coisas no Brasil, tudo parece começar a entrar nos eixos. Feita a distribuição dos alunos de acordo com o projeto (ainda que muitas concessões tenham sido feitas), eu estou muito satisfeito com o rendimento das turmas de 8o ano, especialmente o 8o A.
Eu pedi um texto sobre o ano em passado, intervalo na nossa relação professor-estudante. Fiquei até impressionado com a qualidade das produções, em especial, o texto de um aluno chamado José Gabriel, que é portador de necessidades especiais, mas acima de tudo um cara excepcional, extraordinário, que com a ajuda da mãe transformou-se em um exemplo de superação.
Os trabalhos na temática terra e propriedade começaram com um exercício de leitura e a definição dos conceitos de propriedade e posse, seguido das idéias de propriedade privada, pública e coletiva. Na 6a feira, passei o curta Acercadacana, filme de Felipe Peres Calheiros da UFPE, sobre os conflitos agrários na zona da mata pernambucana, trazendo-nos a constante luta de Maria Francisca, uma posseira ciente de seus direitos.


Nas turmas de 6o ano, iniciei o trabalho sobre biografia e autobiografia, além de explorar a leitura, interpretação de textos e trabalho em grupo.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

2a Semana




Essa semana começou com bastante correria. Como o sistema deu problema na montagem das turmas, resolvi fazer tudo no manual mesmo. Mudamos as turmas de 7a série (8o ano) e estabelecemos a montagem conforme o planejamento e discussão anteriores. O eixo temático a ser desenvolvido com os estudantes é terra e propriedade. Já considero que eles tem maturidade de saber meu método de abordagem da história por temas. Assim sendo, essas primeiras aulas são pautadas pela apresentação do meu método e das diferenças em relação aos métodos tradicionais.
Na 5a série (60 ano), sempre início o ano fazendo um mapeamento das concepções espontâneas dos estudantes. Gosto das idéias do Vigotski quanto à formação dos conceitos. Na 7a, tô querendo ampliar o entendimento deles problematizando o meu conceito de história. Mais do que simplesmente construir a adesão ao meu conceito, prefiro apresentar a diversidade de conceitos possíveis.
Além de estar mapeando os conceitos nas turmas de 5a, aproveito a ocasião para fazer os alunos escreverem, de modo que posso avaliar suas dificuldades de leitura e escrita. Grande parte tem problemas com as letras maiúsculas, seja em nomes próprios ou início de frases, com a separação das sílabas, pontuação, acentuação e troca de letras (como o t pelo d ou o v pelo f), nessa ordem de ocorrência.
Acredito que todos os professores deviam cobrar o português, pilar primordial para qualquer diálogo nas salas de aula. Eu faço exercícios de leitura, corrijo o português nas minhas provas e exercícios.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Início do Ano Letivo

Salve pessoal,
Hoje voltaram as aulas. Como de costume, teve um lado meio bagunçado. Com a distribuição das cargas horárias na 3a a tarde e com a secretaria cheia de gente querendo transferir os filhos, nada do horário pronto. Os próprio alunos faltam em massa com as aulas voltando na 4a feira. Fora que o GDF pra economizar 2 dias de salários não convoca os contratos temporários pra participarem da Semana Pedagógica.. eles só se apresentam hoje.
Isso a parte foi ótimo rever meus ex-alunos. Explico: esse ano, pela primeira vez, vou dar aula para ex-alunos meus (foram meus alunos no 6o ano e agora serão meus alunos no 8o ano). Houve muita empolgação tanto da minha parte quanto da deles. Hoje foi dia de apresentar a minha pessoa, meu método e explicar que rapadura é doce, mas não é mole não.
Por problemas técnicos, não houve a montagem das turmas conforme uma programação elaborada por nós professores.

PROPOSTA DE FORMAÇÃO DE TURMAS DO CEF 308 PARA 2012

Essa proposta tem por objetivo principal adequar as turmas dos diferentes anos (séries) do CEF 308 às necessidades apresentadas pelos estudantes em sala de aula. Com base em um acompanhamento atento de seu desenvolvimento dentro da escola, bem como de suas necessidades e dificuldades específicas, pretendemos reconfigurar esse grande grupo social que é a turma. A experiência mostra que cada estudante é um pequeno universo, perpassado pelas próprias vivências, de sua família e de sua comunidade. Por isso, a construção de turmas orientadas por realidades mais próximas, mais integradas, me parece um caminho interessante a percorrer.

Longe de simplesmente apartar “bons” e “maus” alunos, essa proposta intenta viabilizar ao máximo os potenciais de cada estudante, assim como alcançar e superar as carências e resistência de cada um deles em seu processo cognitivo. Se não é possível reduzir mais as turmas (o que sempre apresenta resultados positivos), a aproximação das necessidades das crianças e adolescentes envolvidos pode viabilizar possibilidades mais férteis.

Essa construção deve se dar por um diálogo intenso entre os professores, coordenadores, direção e secretária, onde todas as opiniões pautem uma amarração ampla e bem composta das turmas. Deve ser analisado o interesse, a sociabilidade, o apoio familiar, a bagagem cultural, o aspecto disciplinar, a eloqüência, a capacidade de liderança e não apenas as notas. A prática escolar deve se pautar pela intervenção construtiva, pelo olhar atento às vivências dos educandos, o que se materializa como um exercício crítico de todos os atores envolvidos.

É claro que apenas essa prática pode demonstrar os resultados de tal empreitada, sua viabilidade e problemas, mas acredito que é uma tentativa válida. Um esforço certamente, mas talvez um caminho.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dia 11 - 06/06


Mais uma vez, o encontro foi limitado pela liberação dos alunos para o ensaio da quadrilha. Como já estava mais preparado essa semana, trabalhei uma atividade específica com os alunos presentes. Foquei a atividade na reflexão sobre os respectivos personagens. Aos alunos coube copiar algumas frases do quadro, com as quais podiam desenvolver as carcterísticas e elementos de seus personagens. Preferi deixar a parte de grupo estacionada até semana que vem. De qualquer forma, foi bom aproveitar o tempo com um grupo menor de alunos, isso permite interagir mais com cada um deles.
A idéia do trabalho era mostrar a eles o personagem enquanto extensão deles mesmos. As frases que deviam descrever as características dos personagens, características essas que haviam sido escolhidas na alaboração dos personagens. É curioso como a mente infantil lida com a questão da identidade. Eles ainda tem um referencial restrito de possibilidades e tem pouca percepção das próprias escolhas. O personagem acaba servindo como um contra-ponto próprio.. um reflexo no espelho.. mas um reflexo tanto do próprio aluno quanto de seus anseios. Isso da voz a muita efervescência dentro universo que é cada um deles.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Dia 10 - 30/05

No dia 23/05, não houve encontro, pois eu estava doente. O início do trabalho mais prático ficou pra semana atual. No entanto, com a proximidade da festa junina, a atividade foi encurtada, pois vários alun@s tinham ensaio da quadrilha.
Sendo assim, não pude realizar toda a atividade planejada. Minha idéia foi fazer uma espécie de livro-jogo.
Pra quem não conhece, os livros jogos foram uma febre (pelo menos entre nós rpgistas..) no começo dos anos 90. Joguei muito os do Steve Jackson (que não é o mesmo do GURPS). O livro tinha um texto recortado em várias partes e ao fim de cada trecho, você tinha que optar por dois caminhos / possibilidades (o feiticeiro da montanha de fogo era o mais foda de todos..). Tinha um sistema simples de resolução de conflitos (pros que simplesmente não queriam presumir a vitória), tornando-se um jogo autoexplicativo (eu até tenho um livro para rpg de mesa ambientado nesse mundo).
Com base nas histórias criadas por eles sobre os personagens e a reunião do grupo, criei um enredo condutor com pequenas variações nas tramas de acordo com as particularidades. Além disso, deixei lacunas textuais para ser preenchidas por eles para darem características deles para o ambiente. Ao final, tinham que optar por duas possibilidades de resolução, por exemplo:

1.As cinco pessoas estavam saindo do tribunal depois do julgamento. Essas pessoas se chamam _________________, ________________, _______________, _______________ e _______________ . A rua estava tranqüila e a cidade de ________________ parecia muito calma. Só que _______________ percebeu uma mulher escondendo coisas de uma joalheria dentro da roupa, sem que a vendedora percebesse. ______________ era juíza do tribunal e conhecia a vendedora, que se chamava _______________. Ela trabalhava duro pra ajudar em casa, pois o pai era desempregado e a mãe lava roupa pros outros. Mesmo assim, tinham muito pouco dinheiro pra viver e sustentar a família.

Vocês escolhem avisar a vendedora do que está acontecendo ou vão embora pra não arranjar confusão?


Trabalhei algumas fichas e discuti com o grupo sobre a decisão, foi legal apesar de corrido...
Também fiz a escolha dos representantes (leia-se líderes) dos grupos.. tô tentando trabalhar
sociabilidade e organização.
Os desenhos abaixo são dos personagens de duas alunas:


terça-feira, 17 de maio de 2011

Dia 9 - 16/05

Pois bem, primeiro encontro sem filmes, finalmente passamos à construção dos personagens. O início, como é próprio dos inícios se revelou mais árduo do que eu esperava. Ainda assim, produzimos bons resultados.
Iniciei o nono encontro pedindo para os alunos começarem a formar os grupos, inclusive listando os nomes em folhas. Aproveitei esse tempo para conversar com os alunos ausentes do encontro anterior, que identificaram seus personagens prediletos (acrescentei na lista do 8o encontro da postagem anterior).
Foram formados 5 grupos e pedi a eles que desenvolvessem uma pequena história de como os personagens poderiam ter se conhecido. Enquanto eles escreviam, passei em cada um dos grupos conhecendo os personagens, problematizando as histórias e sugerindo possibilidades. Como eu disse anteriormente, foi um tanto cansativo, pois eles acabavam ficando muito agitados. Além disso, vários alunos tiveram sérias dificuldades de montar seu próprio personagem, preferindo recorrer a uma cópia do personagem predileto. A maioria, no entanto, montou excelentes personagens.
Busquei orientar a problemática do contato com o outro, a empatia com a diversidade. A idéia do grupo se formando foi interessante para que eles construissem a representação de laços entre os personagens. Ainda que numa situação idealizada e abstrata, isso serve como contraponto e elemento questionador das próprias práticas deles.
Ao final, recolhi as folhas com as histórias e as fichas dos personagens, material que estou analisando para a próxima semana.

Grupo 1 - Naome
(Alun@ - Personagem)

Juliana - Barbie (animada)
Jackson - Rasputia (encrenqueira)
Raylane - Roberta (rebelde)
Daniela - Tatiane (vaidosa)
Nayane - Mayara (comilona)

Grupo 2 - Defensores dos inocentes

Leila - Cavaleira Prateada (formanda em direito e protetora dos fracos e oprimidos)
Lilian - Tiffany (sereia formanda em direito)
Cid - Super Saiadin (assaltante)
Bruna - Istogue (juíza)
Ranildo - Chaves (advogado - defensor público)

Grupo 3 - Vingança entre assassinos

Adriele - Darila (assassina má)
Daniele - Orfã (assassina órfã abandonada)
Júnior - Taylon (busca vingança da morte dos pais)
Bárbara - Xena
Cleyton - Scorpion (lutador de rua)
Brendo - Rio Kendo (lutador de artes-marciais)

Grupo 4 - Guerreiros

Jessy - Rapunzel (guerreira de cabelos compridos)
Thallys - Harry Potter (Bruxo jovem)
Bruno Leandro - Krattus (Deus da Guerra)
Alan - Álamo (guerreiro com espadas)
Igor - Ares

Grupo 5 - Os vitoriosos

Keliane - Magali (comilona)
Taynara - Mônica (valentona)
Bruno - Cebolinha (lavador de carro esperto)
Júlio - Chico (indigente vingador)

Grupo 6 - Rebelde

Beatriz - Merlia (sereia surfista)
Mirla - Roberta (secretária)
Sabrina - Carly (apresentadora de tv)
Adriana - Alice (estudante)
João Vitor - Dragon (lutador)
Giovanni - Mauduesline (pedreiro)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Dia 8 - 09/05

Nesse oitavo encontro, terminei de passar o filme Willow na Terra da Magia. Como ja dito, seria o último filme da primeira parte do projeto. O filme foi bem recebido, mas como aconteceu um pouco com o História Sem Fim, o ritmo do filme, a dinâmica narrativa, não estava dentro da espectativa deles e gerou um certo desconforto na percepção da história.
Além disso, como tarefa de casa do encontro anterior, pedi que eles escolhecem um personagem predileto e o porquê da escolha. Após o filme discuti com eles, formando a seguinte lista:
Gualberto - 5a A - Optimus Prime (Transformers) - chefe, cheio de armas.
Ismael - 5a A - Seya (Cavaleiros do Zodíaco) - perseverante, nunca desiste.
Jhessy - 5a A - Rapunzel - bonita, cabelos longos.
Pablo - 5a A - Jackie Chan - luta bem, talento nas artes marciais.
Thallys - 5a A - Harry Potter - magia, é o principal.
Adriele - 5a B - Carly (ICarly) - engraçada e divertida.
Cid - 5a B - Goku (Dragon Ball Z) - poderoso, luta pelo bem.
Daniele - 5a B - Carly - famosa, conhecida.
Beatriz - 5a F - Ariel (Pequena Sereia) - respira na água, é uma princesa.
Brendo - 5a F - Goku - bom, poderoso.
Bruno - 5a F - Krattus (Gods of War) - mau, impiedoso.
Elyzeu - 5a F - Ciclope (X-Men) - raios dos olhos.
Bruna - 5a G - Alice (Alice no País das Maravilhas) - aventureira, esperta.
Leila - 5a G - Mulher Maravilha - forte, voa, poderosa.
Adriana - 5a H - Ben 10 - poderes, atrapalhado.
Bruno - 5a H - Sasuke (Naruto) - luta bem, poderoso.
Danielle - 5a H - Alice - aventureira, engraçada.
Jackson - 5a H - Ash (Pokemon) - nunca desiste, cuida bem dos pokemons.
Juliana - 5a H - Alice - conhece mundo fantástico, lugares diferentes.
Julio César - 5a H - Thiago Neves - bom jogador, talentoso.
Keliane - 5a H - Magali - gulosa, gosta de gato.
Nayane - 5a H - Bloom (Clube das Winx) - adotada, é a principal.
Raylane - 5a H - Alice - aventureira, esperta.
Tainara - 5a H - Mônica - brava, bate nos meninos.
Bárbara - 5a I - Carly - divertida, engraçada.
João Vitor - 5a I - Naruto - luta bem, muito poderoso.
Mirla - 5a I - Mônica (Turma da Mônica) - engraçada, certa.
Sabrina - 5a I - Carly - divertida, engraçada.
Lilian - 5a J - Tempestade - controla o tempo, bondosa.
Alan - 5a L - Krattus - poderoso, guerreiro.
Cleyton - 5a L - Krattus - poderoso, guerreiro.
Igor - 5a L - Krattus - poderoso, guerreiro.

Com esse esboço dos personagens prediletos deu pra ter uma boa noção das espectativas espontâneas deles. Nenhum deles é alienígena ao meu conhecimento e tenho familiariedade com boa parte. Foi bom conversar cada caso individualmente.
A partir daí, orientei a construção dos personagens. Expliquei pra eles como eu esperava a iniciativa criativa deles e passei os trezes pontos que eu queria:
1. Sexo (feminino, masculino ou outros)
2. Nome
3. Idade
4. Altura
5. Peso
6. Cabelo
7. Olhos
8. Cor da pele
9. Vestimentas
10. O que gosta de fazer
11. Família
12. Talentos inatos
13. Habilidades treinadas
Além disso, coloquei para eles que busquem formar grupos de 6 alunos, grupos dos quais os personagens participarão.
Muita expectativa pro próximo encontro...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Dia 7 - 02/05



Nessa segunda, houve uma pequena mudança no planejamento do curso. Eu ia passar o filme O Labirinto do Fauno do Guilherme del Toro, que foi sugerido quando apresentei a idéia do projeto na escola. No momento, a ideia me pareceu sensacional, mas vendo o filme depois, eu reparei que ele era muito pesado pra garotada de 11 anos. Assim, resolvei trocar pelo filme Willow na Terra da Magia de Ron Howards, que até foi sugerido pela Daphne aqui no blog.
O filme é espetacular, muito bem pensado e com essa associação das pessoas pequenas que fazem coisas fantásticas. Umas das primeiras cenas, quando o grande mago está escolhendo seus aprendizes é muito significativa.O filme teve que ser dividido em duas partes.
Além disso, na próxima sessão já começo a montar os personagens com eles.