sábado, 25 de fevereiro de 2023

Cronograma de aulas de história 9º ano (1º Bimestre de 2023)

 

1ª aula

Apresentação e planejamento do ano letivo

2ª aula

Apresentação da Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB)

3ª aula

Projetos escolares da 1ª semana de aula: COMVIVA e Direitos Humanos

4ª aula

Relações entre a Guerra na Ucrânia e a Grande Guerra (aula expositiva)

5ª aula

Cartas sobre a Grande Guerra (análise de documentos), exercício de interpretação

1917 e Nada de Novo no Front (indicação de filmes)

6ª aula

Correção do exercício e mais relatos (uso do livro didático)

Inscrições individuais na ONHB

7ª aula

A Grande Guerra: prenúncios e alianças (aula expositiva)

8ª aula

A Grande Guerra: prenúncios e alianças (aula expositiva)

9ª aula

Trabalho bimestral: a vida de um sobrevivente (ATIVIDADE AVALIATIVA)

10ª aula

Montagem e inscrição das equipes na ONHB (ATIVIDADE AVALIATIVA EM GRUPO)

11ª aula

Mulheres e povos colonizados durante a Grande Guerra (debate e uso do livro didático)

12ª aula

Grande Guerra e Capitalismo (uso do livro didático)

13ª aula

Império Russo, Revolução Russa e a URSS (aula expositiva)

Indicação de vídeos do YouTube

14ª aula

União Soviética e O Manifesto Comunista de Marx e Engels (análise de documento)

15ª aula

O intervalo na Guerra e a Crise de 1929 (aula expositiva)

16ª aula

Nós que Aqui Estamos Por Vós Esperamos, A Onda e a Grande Aposta (trechos de filmes)

17ª aula

Bolsas de Valores e Crise (análises de documentos)

18ª aula

Simulado da ONHB (ATIVIDADE AVALIATIVA EM GRUPO)

19ª aula

Capitalismo x Socialismo: ascensão do Fascismo (debate)

20ª aula

Franquismo e a Guerra Civil Espanhola

Terra e Liberdade (indicação de filme)

21ª aula

Direitos das Minorias e o Nazismo (uso do livro didático)

22ª aula

Totalitarismo e desigualdade: o ataque da extrema direita no Brasil e nos EUA (debate)

23ª aula

Revisão para a prova.

24ª aula

Prova escrita (ATIVIDADE AVALIATIVA)

25ª aula

Diagnósticos das estudantes

+5 livres

 

Cronograma de aulas de história 8º ano (1º Bimestre de 2023)

 

1ª aula

Apresentação e planejamento do ano letivo

2ª aula

Mapeamento dos conceitos espontâneos de história e história de vida das alunas (atividade)

3ª aula

Projetos escolares da 1ª semana de aula: COMVIVA e Direitos Humanos

4ª aula

Histórias de Vida (biografia e autobiografia), Biografia de Pablo Picasso, exercício de linha do tempo (atividade)

5ª aula

Autobiografia de Jorge Santos, exercício de linha do tempo (atividade de leitura)

Autobiografias de alunos (produção de texto interdisciplinar) e indicação de biografias no YouTube

6ª aula

Documentos históricos (conceitos e atividade de observação)

7ª aula

Documentos históricos: Vila Amaury (análise de documentos)

8ª aula

Trabalho bimestral: biografia dos avós (ATIVIDADE AVALIATIVA)

9ª aula

Documentos históricos sobre o CEF 102 Norte (ATIVIDADE AVALIATIVA de análise de documentos em grupo)

10ª aula

História de Brasília: terra e migração

Livro Gabriel em Brasília (indicação de material do IPHAN)

11ª aula

Tempo, ciclos da natureza: dia/noite; fases da lua; estações do ano (aula expositiva)

12ª aula

Tempo histórico: tradição e ruptura. Mundo Antigo x Mundo Moderno.

13ª aula

Terra e propriedade: conceitos e usos (debate)

14ª aula

Reformas agrárias: Roma Antiga e Brasil contemporâneo (MST)

15ª aula

Cercamentos na Inglaterra pós-feudal e A Utopia de Thomas More

16ª aula

Acercadacana, Ilha das Flores e Narradores de Javé (trechos de filmes)

17ª aula

A Declaração de Direitos (análise de documentos e uso do livro didático)

18ª aula

Revoluções Inglesas e a Revolução Industrial (aula expositiva)

19ª aula

Sociedade industrial: burguesia x proletariado e organização dos trabalhadores

20ª aula

Terra e questão ambiental: destruição e o genocídio yanomami em Roraima (debate)

21ª aula

Terra, espaço e as mudanças do mundo moderno (uso do livro didático)

22ª aula

Iluminismo e o pensamento moderno (aula expositiva)

23ª aula

Independência dos EUA e a Declaração de Independência (análise de documento)

EUA: luta pela liberdade (indicação de documentário)

24ª aula

Prova escrita (ATIVIDADE AVALIATIVA)

25ª aula

Diagnósticos das estudantes

+5 livres

 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Plano de Aula do 8o ano - Terra e Propriedade: Conflitos e Desigualdades



Salva salve pessoas, completando meu planejamento para o presente ano, vamos para as turmas de 8o ano.

A proposta que apresento a seguir é de aulas para o 8o ano do ensino fundamental

O livro didático com que trabalharei continua o mesmo e foi selecionado pela escola para os próximos 3 anos. Araribá Mais: História de Ana Claudia Fernandes é um bom livro, com atividades interessantes, principalmente de análise de documentos históricos e de propostas de debates atentos às questões de diversidade e cidadania. No entanto, seu viés principal ainda é o conteudismo e não há, por exemplo, um real redimensionamento do caráter eurocêntrico, político e quadripartite da história apresentada. Quem conhece meu trabalho sabe o quanto valorizo a construção de uma proposta de orientação temática. Nesse sentido, o livro é um material importante e útil, ainda que de forma complementar e não norteadora da minha prática.

O eixo-temático proposto para o 8o ano é Terra e Propriedade: Conflitos e Desigualdades. Essa escolha é tributária do meu trabalho ao longo dos anos com o material didático produzido pela professora Conceição Cabrini e outras autoras (História Temática e depois Projeto Velear). A experiência do ano passado foi muito rica e serve para redimensionar a proposta que virou prática em 2022. Ainda assim, pensei em algumas adaptações significativas, que envolvem o Projeto do Clube do Livro e a articulação aos projetos interdisciplinares da escola. 
Apesar de ser um planejamento muito embasado, também aqui o conjunto de experiências impactantes do ano passado, que tanto tencionaram as instituições políticas e a sociedade brasileira são referencias fundamentais para orientar as reflexões. Refletir sobres os conflitos e desigualdades gritantes de nossa sociedade, o peso da violência ininterrupta no engendramento do pacto social ao analisar a escravidão de indígenas e negros, o extermínio físico e cultural dos povos constituintes da nossa sociedade me parecem possibilidades não só férteis, mas também moral e eticamente obrigatórias. Os 4 temas elencados se articulam com objetivos claros:
- Explicitar a importância da terra nos caminhos e descaminhos da humanidade. A propriedade da terra, os conflitos pela terra e a desigualdade na distribuição da terra são marcas desses itinerários e constroem os espaços, as formas de sua ocupação e as possibilidades das itinerâncias dos sujeitos. A história em sua busca por dar sentidos à existência humana ao longo do tempo se articula aqui com questões estruturadas e estruturantes relacionadas ao espaço.
- Problematizar as diferentes dimensões da propriedade, entendendo a urdidura da atual sociedade capitalista global. Surge aqui a necessária instrumentalização de alunas e alunos para a importância dos espaços e bens públicos, bem como sua construção enquanto sujeitos não apenas na dimensão individual, mas sujeitos sociais articulados a múltiplas formas culturais. 
- Pensar o Brasil enquanto sociedade forjada e reafirmada cotidianamente pela violência. Os conflitos humanos disciplinados pela lógica capitalista reordenam os espaços das diferentes classes econômicas e grupos sociais. A atuação contra a lógica excludente do sistema e da construção de uma solidariedade que respeita, inclui e resiste.
- Possibilitar olhares e fazeres atentos a diferenças, mas que se mobilizem contra as desigualdades. Entender, portanto, uma cidadania plural e atuante no sentido de um respeito ético e amoroso pelo meio ambiente, pelas culturas e pelas pessoas.

No 1o bimestre, darei continuidade ao meu trabalho de estudo das história de vida das estudantes. O trabalho de biografia da avó ou do avô terá a centralidade de sempre. É uma ferramenta única não só para que eu possa compreender as estudantes e sua história familiar, como para que elas se envolvam com outras dimensões do saber histórico. Um envolvimento urdido por elas mesmas. Um fazer que inspira, que informa, mas que transforma, amplia horizontes. Essa construção que vai sendo composta e se ampliando em conjunto também vai se relacionando com o espaço escolar e urbano que nos envolve. Já possuo um bom material sobre a história do CEF 102 Norte e isso será um convite para que se envolvam com outras leituras do tempo e do espaço.
Estabelecidos esses pontos de partida orientadores de todo o nosso processo conjunto de ensino-aprendizagem, nós iremos analisar diferentes recortes da lutas pelo direito à terra: dos cercamentos na Inglaterra que transitava do medieval ao moderno ao Movimento dos Sem Terra no Brasil contemporâneo.
Objetivos de aprendizagem no Currículo em Movimento da SEDF:
•Promover no aluno interesse pelo conhecimento histórico, desenvolvendo a capacidade de perceber a historicidade de elementos presentes em nossa sociedade. 
•Promover e capacitar no educando, potencialidades para a construção de seu conhecimento.
•Conceituar o Iluminismo e conhecer as ideias e suas críticas às características políticas e culturais dos séculos XVII e XVIII; conhecer alguns dos principais pensadores e ideias que defendiam. •Compreender os fatores que levaram à Revolução Inglesa.
•Perceber a importância do movimento de ideias conhecido por iluminismo para compreender a Independência dos Estados Unidos.
Indicações cinematográficas: Narradores de Javé, Acercadacana, Ilha das Flores.

Como já mencionado acima, a primeira trilha avaliativa será a produção de uma biografia do avô ou da

avó por parte de cada estudante. É, portanto, um trabalho de pesquisa e de produção de texto individual. Eu considero esse o trabalho mais importante de toda a relação de ensino-aprendizagem que estabelecemos em sala de aula. As estudantes recebem um roteiro para orientação da entrevista, além de ser o único trabalho que não tem limite de prazo para ser feito ou refeito.
Essa trilha é obrigatória e será responsável por metade da nota desse bimestre.


A segunda trilha avaliativa
será um trabalho coletivo de análise de documentos referentes à história do CEF 102. Os documentos são um conjunto de reportagens publicados entre o início dos anos 70 e a atualidade. Eles trazem algumas referências sobre o passado da escola, sinalizando usos, projetos e interesses envolvidos em seu engendramento. 
Essa análise de documentos históricos orientada irá compor com a avaliação interdisciplinar da escola (que ainda será definida na semana pedagógica pela equipe, mas que irei propor como uma atividade relacionada ao Dia das Mulheres e à valorização do feminino e das feminilidades).

A terceira trilha avaliativa será uma prova bimestral dissertativa com consulta realizada em sala.

Em outra postagem detalharei o projeto Clube do Livro, que passará a ser uma trilha avaliativa no 2o bimestre, mas que já terá início no 1o bimestre. Nesse primeiro momento, a ideia é realizar uma reunião para debate de referências literárias das alunas e alunos interessados.

No 2o bimestre, passaremos à análise dos conflitos que marcam o chamado Sistema Colonial. O objetivo não é apenas destacar a violência do processo, mas valorizar a diversidade e riqueza cultural dos povos envolvidos, bem como suas estratégias de existir e resistir. Ainda que pensando a terra, nesse "mundo atlântico" iremos nos debruçar sobre a cobiça gananciosa da escravidão, a conquista de novos territórios, nas formas sangrentas de aculturação e saque. No atual momento de genocídio contra o povo Yanomami e devastação causada pelo garimpo ilegal me parece fundamental reafirmar o caráter ininterrupto da invasão europeia, da pilhagem das riquezas das civilizações do Novo Mundo e da África, da exploração não só física, mas mental, espiritual e espacial dos conquistados.
Importante destacar que nesse período estarei participando da Olimpíada de História com as turmas de 9o ano e as turmas de 8o terão um primeiro contato com esse projeto. Além disso, ainda trabalharemos desdobramentos do processo de pesquisa e ensino-aprendizagem sobre as histórias de vida das alunas e alunos e de como isso envolve a história da escola e do DF.
Objetivos de aprendizagem do Currículo em Movimento da SEDF:
•Conhecer características fundamentais do Brasil em dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e sentimento de pertinência ao país.
- Relacionar com lutas pela liberdade na época colonial, mobilizar conceitos revolucionários de liberdade e igualdade para refletir sobre a sociedade brasileira na atualidade. 
•Relacionar a crise do sistema colonial com transformações mundiais decorrentes da Revolução Industrial e da expansão da França napoleônica. 
•Identificar a quebra de pacto colonial como início do processo de independência e apontar causas e consequências econômicas, sociais e políticas da transferência da corte portuguesa para o Brasil; situar a Inglaterra como principal beneficiária da abertura dos portos brasileiros às nações amigas.
Indicações cinematográficas: Guerras do Brasil.doc (episódios 1 e 2), Falas da Terra

A primeira trilha avaliativa, dando sequência aos trabalhos individuais de pesquisa e produção de texto,

é a escrita de uma redação sobre a moradia dos estudantes. Cada um deles, orientados por um roteiro, deve buscar historicizar sua propriedade (ou posse). Há essa valorização da escrita e da análise das próprias vivências das estudantes, mas o objetivo principal é conhecer ainda mais seus universos, como interpretam e representam suas realidades, trazendo suas vivências para o centro dessa discussão, convidando que sejam narradores de seus próprios espaços. Essa produção textual irá compor com a avaliação interdisciplinar da escola (que ainda será definida na semana pedagógica pela equipe, mas que irei propor como uma atividade relacionada ao Interclasse e à valorização das atividades esportivas).

A segunda trilha avaliativa será um simulado construído a partir da 1a fase da ONHB 15. Esse trabalho será feito em equipes, de maneira integrada e coletiva, em sala de aula. Essa trilha é obrigatória e será responsável por metade da nota desse bimestre.


A terceira trilha avaliativa
 será uma prova bimestral dissertativa com consulta realizada em sala.


A quarta trilha avaliativa relacionada ao projeto do Clube do Livro, será a leitura, fichamento e discussão do livro Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto. A ideia aqui é integrar o debate às discussões sobre  migrações, ocupação do território, desigualdade e miséria na formação da sociedade brasileira. Perceber como essa errância dos sertões para os grandes centros dá a ver e a ler o Brasil e os Brasis que o formam.


No 3o bimestre, pensando a intensidade dos conflitos e aceleração das transformações sociais que marcam o chamado mundo contemporâneo. Dedicando uma especial atenção à Revolução Francesa, seus desdobramentos no Império Napoleônico e nos movimentos de independência pela América, em especial, no caso brasileiro. Essa análise se estenderá até a chamada Primavera dos Povos e a formação das correntes de pensamento socialista, anarquista e liberal.
É importante não apenas reafirmar a formação das forças capitalistas deterministas que se estruturam a ordem mundial, mas também focar nas experiências de luta e táticas de resistência nos fazeres cotidianos de trabalhadores, expropriados, escravizados e/ou marginalizados. Os embates entre centro e periferia, entre classes expropriadas e detentores dos meios de produção, entre defensores do Antigo Regime e da nova ordem. Tudo isso dialoga com os momentos atuais da sociedade brasileira e mundial.
Objetivos de aprendizagem do Currículo em Movimento da SEDF:
•Entender como ocorreu a independência do Brasil, bem como mudanças e permanências advindas desse processo; relacionar com o processo de independência das demais colônias latino-americanas, identificando seus limites;
- Compreender que a dependência e a fragilidade econômica de países latino-americanos estão relacionadas com o processo de colonização e de organização desses Estados; situar o Brasil no contexto de alianças políticas e econômicas da América Latina, na atualidade. 
•Caracterizar Estado, nação, diferentes sistemas políticos e formas de governo; apontar suas diferenças e semelhanças; considerar a importância da elaboração de uma Constituição para organização política de um país e discutir sobre o real alcance de normas constitucionais diante da atualidade brasileira. •Contextualizar o processo de formação do Estado brasileiro durante o império; apontar principais aspectos e contexto de assembleias constituintes de 1823 e 1824; traçar panorama de dificuldades econômicas e sociais brasileiras do Primeiro Reinado. 
•Relacionar as chamadas revoltas regenciais a embates políticos, econômicos e sociais do período e suas consequências.


A primeira trilha avaliativa
continua envolvendo produção textual individual demandará mais criatividade dessa vez. O objetivo aqui é refletir sobre a importância e impacto da Revolução Francesa não só no contexto de sua época, mas durante todos os anos posteriores até os dias atuais. Após serem apresentados a algumas leituras e interpretações sobre os acontecimento em França, alunas e alunos serão instigados a produzirem textos jornalísticos que deem conta de um ou mais aspectos do intenso período revolucionário.

A segunda trilha avaliativa será um grande debate em sala, onde a turma será dividida em dois grandes grupos para pensar e problematizar o conflito entre as forças fiéis ao Antigo Regime, a um mundo decadente e moribundo, ante os processos de independência na América e as imposições democratizantes das novas formas de governo ditas participativas e republicanas. Essa construção argumentativa oral e coletiva irá compor com a avaliação interdisciplinar da escola (que ainda será definida na semana pedagógica pela equipe, mas que irei propor como uma atividade relacionada à Feira dos Sabores e à valorização da nutrição, alimentação e diferenças sulturais).

A terceira trilha avaliativa
 será uma prova bimestral dissertativa com consulta realizada em sala. Essa trilha é obrigatória e será responsável por metade da nota desse bimestre.



Finalmente, a quarta trilha avaliativa, conectada ao projeto do Clube do Livro, será a leitura, fichamento e discussão do livro Manifesto do Partido Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels. A ideia aqui é integrar o debate às discussões sobre a organização e engajamento das classes trabalhadoras, suas estratégias e táticas de resistência ao sistema capitalista cada vez mais hegemônico, mas nunca absoluto. Pensar inclusive os determinismos econômicos de suas leituras de mundo ante as fundamentais pautas da diversidade atuais.

O 4o bimestre é sempre mais corrido, tendo uma dinâmica diferente da dos demais bimestres. Além disso, já está bem estabelecido o diagnósticos dos potenciais de cada educanda e educando, encaminhando os objetivos e as habilidade não exatamente para uma culminância, mas para uma afirmação de suas autonomias. Sendo assim, já tenho por praxe adotar uma flexibilização maior. Nesse sentido, a definição dos objetivos e dos conteúdos tende a requerer mais paciência na forma de serem trabalhados, sendo mais importante articulá-los à tudo que já foi trabalhado. 
Nesse sentido, minha ideia é relacionar as trilhas avaliativas de modo a otimizar o tempo para todas e todos. O imperialismo neocolonialista e a Guerra do Paraguai ganham destaque nesse sentido como conteúdos fundamentais para pensar a escalada cada vez mais acelerada dos conflitos regionais e mundiais. Pensando a constituição de Estados Nacionais na Europa, América do Sul e África sob o signo do sangue e da pólvora dão conta das possibilidades de reflexão sobre as heranças sentidas até hoje por essas sociedades, bem como pela desigualdade gritante com que povos e culturas podem existir no mundo atual. A proposta de projeto para o dia da Consciência Negra, bem como a leitura de um livro de uma autora nigeriana serão convites para reverberar profundas análises.
Objetivos de aprendizagem do Currículo em Movimento da SEDF:
•Descrever características do sistema político brasileiro do século XIX. 
•Caracterizar economia cafeeira da segunda metade do século XIX; identificar semelhanças e permanências com a cultura canavieira; apontar condições favoráveis para o surto industrial do século XIX no Brasil e relacionar transformações da sociedade brasileira e da industrialização com a lavoura cafeeira. 
•Caracterizar aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais do Segundo Reinado bem como o processo de crise da monarquia no Brasil, detectando principais fatores que contribuíram para a Proclamação da República. 
•Identificar mudanças de mentalidade e de interesses em torno da questão da escravidão; analisar o processo de crise da monarquia no Brasil, detectando principais fatores que contribuíram para a Proclamação da República. Descrever transformações em relações de trabalho a partir do século XIX; contrastar o trabalho escravo com o trabalho livre e comparar condições do trabalhador ao final do século XIX com o da atualidade.
•Compreender o processo de expansão e dominação imperialista no século XIX, como um novo colonialismo e apontar seu desdobramento para a América Latina.
Indicações cinematográficas: Cabra Marcado para Morrer, Guerras do Brasil.doc (episódio 3)

A primeira linha avaliativa será produzir uma apresentação teatral com duas inspirações importantes. O Teatro do Oprimido de Augusto Boal, pensado e repensado no contexto da ditadura militar, e o Teatro Épico de Bertold Brecht. A ideia é construir uma peça que represente a luta das populações escravizadas pelo fim da escravidão em cada uma das turmas. A ideia ainda é muito embrionária, mas a encenação irá compor com a avaliação interdisciplinar da escola (que ainda será definida na semana pedagógica pela equipe, mas que irei propor como uma atividade relacionada ao Dia da Consciência Negra e à valorização da igualdade racial e manifestações culturais afrobrasileiras).



A segunda linha avaliativa consistirá de um trabalho em pequenos grupos análise da Lei Eusébio de Queiroz e da Lei de Terra, ambas de 1850. A ideia aqui é realizar uma análise dos documentos legislativos, bem como traçar paralelos com as lutas cotidianas representadas na primeira trilha. Dessa forma, entender como as pressões internas e externas reordenaram a questão da terra e da propriedade, reforçando conflitos e desigualdades na sociedade brasileira.

A terceira trilha avaliativa
será uma prova bimestral dissertativa com consulta realizada em casa.

A quarta trilha avaliativa, relacionada ao projeto do Clube do Livro, será a leitura, fichamento e discussão do livro Hibisco Roxo de Chumamanda Adichie. A ideia é integrar o debate às discussões sobre a violência neocolonialista contra as sociedades africanas, mas também suas poéticas de resistência através do olhar de uma importante autora africana.

Nesse bimestre não há uma trilha que seja obrigatória. As alunas e alunos são livres para escolher e agir como acharem mais interessante.

Encerro aqui como no ano passado. Como podem ver, há muita boa vontade e ideias a serem experimentadas. Acho que esse vai ser um ano de muita luta, mas até por isso, um ano de muitas transformações. Vivamos.